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Religião e (in) tolerância


Um quintal pouco iluminado, algumas velas pelo chão, pratos, flores, uma leve fumaça e o forte cheiro de charuto. Ao fundo, o forte som do tambor e cantos entoados com paixão. Pessoas em uma roda, algumas de branco, algumas com roupa cigana, dançando de forma desengonçada, rindo alto e gargalhando.

O ambiente, atípico para a maioria das pessoas, é um lugar de segurança para muitas outras. Sem medo do julgamento, a umbanda é cultuada como se a intolerância do mundo externo não existisse.
Umbandista há 15 anos, Eduardo Pereira, nome fictício, sempre evitou conversar sobre religião com seus amigos devido a experiências traumáticas que teve. Engenheiro e pai de santo, ele  desconversa, alegando ser livre de dogmas. “Parece que para algumas pessoas é crime ser umbandista”. Em 2013, quando estava saindo do terreiro que frequenta, localizado na Vila Voturuá, em São Vicente, Eduardo foi agredido por um grupo que saída de uma festa.

“Eles começaram a me seguir depois que viram de onde saí, não tinha como disfarçar minhas roupas e acessórios e muito menos a música do local. Foi só eu virar a quadra que eles vieram pra cima de mim. Falaram todo tipo de coisa ruim que se pode imaginar. Desde esse dia eu tenho tomado extremo cuidado pra que ninguém perceba minha religião”, diz o engenheiro.

Perante a lei, intolerância religiosa é vista como crime. Porém, o advogado Luiz Cunha conta como são poucos os processos existentes sobre esse tema. “As pessoas têm medo de se expor e falar sobre isso. Além do que, muitas vezes é difícil de identificar o agressor.” O problema que afeta as minorias e é discutido no mundo todo, tem uma possível solução muito viável para o advogado.


“O assunto da diversidade religiosa deve ser ensinado para as pessoas desde pequenas. Temos que normalizar algo que é normal. Sem falar que ter mais política públicas em torno disso ajudaria bastante”, conclui Luiz.

Texto: Nathalia Affonso
Foto: Divulgação 

Como se tornar um influenciador digital


Redes sociais já são parte da vida. Afinal, quem não tem Facebook, Instagram ou WhatsApp?

Com essas plataformas cada vez mais presentes no nosso cotidiano, as pessoas começam a querer se aventurar nelas, de forma que comecem a ser exemplo para outros internautas.

Querer um lugar de destaque no vasto mundo das redes digitais tem impulsionado a vida de muita gente.No Instagram, por exemplo, você não tem amigos, e sim seguidores. As pessoas acompanham sua vida, o que você faz, e interagem com você. Foi assim que surgiram os “influenciadores digitais”, pessoas famosas ou não, que arregimentam muitos seguidores.

Uma delas é Isabelle Teotônio, 21 anos, que tem quase 16 mil seguidores no Instagram. Mas como se chega em um número desse, sendo uma pessoa anônima? Ela explica o seu caso:

“Eu fiz uma festa de aniversário e chamei uma equipe de fotografia. Eles cobriram minha festa e falaram que eu fotografava muito bem. Esse fotógrafo me indicou para a “Chilli Beans Outlet”. Fiz umas fotos pra lá, depois pra outro ensaio com outro fotógrafo. E foram começando a surgir ensaios”.

Em paralelo, Isabelle começou a trabalhar em eventos, onde ela tinha a função de “promoter”. Com o passar do tempo teve acesso aos camarins e foi aos poucos conhecendo as pessoas e viajando com elas.

“Criei vínculos com pessoas que estavam na mídia, gente famosa. Eu postava isso no Instagram e pronto. Exemplo; uma foto com o Gabigol (jogador do Santos), ou outra com um ex-BBB. Assim as coisas foram acontecendo”.

Os influenciadores digitais frequentemente são procurados por marcas para divulgá-las e, às vezes, acabam formando parcerias com elas, ganhando dinheiro com isso.

“Cada parceria tem contratos diferentes. Para alguns, a forma de pagamento é por permuta, em troca da divulgação. Só que eu vou ter o serviço sempre, então isso é predefinido. Outra forma seria dinheiro mesmo, a pessoa paga por divulgação nos “stories” ou outro valor pro post no “feed” fixado”, diz Isabelle.

Mas, o que muitas pessoas acabam se perguntando é: Da pra viver disso? Se eu tentar uma carreira na internet eu posso ficar rico?

“Olha, pros influenciadores bem famosos, dá sim. Pessoas como eu são consideradas micro influenciadores, então a gente não converte em muito alcance para as marcas, e sim converte em vendas, porque temos nichos. Não é sempre que aparecem contratos muito bons ou pagamentos muito bons, mas é uma escadinha né?”

Giulia Spagnuolo, 22 anos tem quatro mil seguidores, porém não se vê como uma influenciadora.

“Não me vejo assim, apesar de ter algumas parcerias com marcas, meu foco é a carreira de modelo. Essa é minha paixão”.

Porém, ela admite que o Instagram é uma ótima forma de divulgação do seu trabalho.

“As redes sociais me ajudam como modelo. Consigo fazer ensaios e posto as fotos lá. É uma boa forma de mostrar minhas fotos e atrair as marcas”.

Mas ela deixa claro, que não quer seguir carreira como influenciadora digital. Seu foco é ser uma modelo de renome e também trabalhar como designer gráfico.

Texto: Henrique Guedes
Foto: Reprodução

Música pop embala movimentos que pregam amor-próprio, auto-aceitação e superação


Os gritos de guerra dos movimentos feministas, dos direitos LGBTs, e do empoderamento estão invadindo as séries, novelas, filmes, música, quadrinhos e literatura. No mundo da música pop não é diferente.

Com esses temas cada vez mais em alta, cantoras apostam em músicas que focam principalmente a autoaceitação, o amor-próprio e as lições de superação. A americana Ariana Grande, apontada hoje como a nova princesa do pop, é só um exemplo. No seu mais novo hit “Thank u, next” ela aborda seus relacionamentos anteriores e como eles fizeram amar uma única pessoa: ela mesma.

Em “Party For One”, Carly Rae Jepsen, do hit “Call Me Maybe’', um dos maiores dessa década, encara um ar mais intimista e mais de acordo com os seus fãs, a maioria LGBT. Na música, a orientação é fazer uma festa com você mesmo sem precisar de nenhuma companhia.

Completando o trio, Avril Lavigne, nome forte entre os jovens, canta em “Head Above Water” sua luta contra a doença de Lyme, uma infeção bacteriana transmitida por carrapatos. Na letra, ela pede para que Deus mantenha sua cabeça fora da água para que não se afogue. Para ela e para seus fãs, uma bela canção sobre superação e luta.

Participante ativa de fóruns musicais da internet, a adminstradora Sara Rios, de 28 anos.,  fã de cantoras como Jojo e a própria Ariana Grande, ressalta a importância das letras, que considera “poderosas”.

“Música atinge todo tipo de gente. Às vezes, ela pode ser um trampolim para a pessoa que está passando por algum problema procurar ajuda, ou começar a se amar mais. Ver que um artista que ela admira também passa pela mesma situação é importante, pois muitos não expõem suas dores e a música é um suporte”, diz.

A tendência, porém, não é recente. Desde o começo dos anos 2000, quando pouco se falava sobre esses temas e a militância era vista como “exagerada”, já havia quem cantasse tentando fazer o bem para alguém. É o caso de Christina Aguilera, com “Beautiful”, de 2002. A música virou um clássico e até hoje é referência. Na letra, Aguilera ressalta que não importa o que dizem, você é bonito de qualquer jeito.

Um pouco depois, em 2011, Lady Gaga lançou “Born This Way” (foto). Em tradução literal, “Eu Nasci Assim”. A música alcançou o #1 nas paradas e virou um dos maiores hinos para a comunidade LGBT por exemplo.

“É uma coisa que vem de anos. Porém, com os movimentos feministas e LGBTs se reforçando nessa década, veio uma onda nesse sentido. É positivo. Mensagens de amor próprio e aceitação sempre são interessantes”, finaliza o jornalista Daniel Lopes, especializado em entretenimento e fã de música pop. 

Texto: Wilker Damasceno
Foto: Reprodução/Internet

Quais os motivos para militares serem eleitos democraticamente?


Nas manifestações de rua em 2013, alguns grupos pediam por intervenção militar. No pleito realizado no ano seguinte, apenas 18 candidatos representavam o grupo e foram eleitos. De lá pra cá, os militares descobriram o caminho democrático como garantia de posicionamento politico.

Nas eleições majoritárias deste ano, 73 militares foram eleitos para cargos nas assembleias estaduais, na Câmara Federal e para o Senado, além da eleição do capitão do Exército Jair Bolsonaro para presidente da República e do seu vice, general Hamilton Mourão.

O cientista político Marcelo Di Giuseppe, do Instituto Brasileiro de Estudos Sociais, Política e Estatística (Ibespe) acredita que o aumento no número de militares eleitos não significa necessariamente que as pessoas querem a volta do regime militar, mas porque querem alguém com discurso mais forte em relação à Segurança Pública.

“Fizemos uma pesquisa que perguntava se a pessoa prefere estar desempregada e ter a segurança de buscar um emprego ou ter um emprego mas ter medo de sair na rua. A maioria preferiu a primeira opção, uma vez que o desemprego é uma situação momentânea, mas segurança não”, declara Di Giuseppe. 

Para o sociólogo Célio Nori, o caminho para a eleição de militares começou a ser trilhado com as manifestações de rua em 2013. “Foi a revolta daqueles que não estavam envolvidos nas instâncias de poder. Em pessoas que, por uma série de situações, carências, opressões que sofriam, acabaram se rebelando de uma forma anárquica. E os partidos progressistas não souberam lidar com isso. Acabou dando margem a um movimento em favor dos militares, em favor daquilo que não existia. Uma espécie de um enfrentamento ao poder”, afirma.

Nori percebe as pessoas anestesiadas e que o medo delas em relação às condições da segurança pública foram captados por Bolsonaro e convertidos em votos. “No começo, os militares não se sentiam representados pelo Bolsonaro, até pelas características amalucadas dele. Mas com o decorrer da campanha, foram vendo que chegava o momento de eles terem novamente uma influência na vida política nacional. Em política, os espaços não ficam desocupados. Sempre vem alguém e ocupa”, declara.

Texto e foto: Vitória Aparecida

Time alemão tenta se desligar das raízes nazistas


O clube alemão Schalke 04, que teve ao longo do Terceiro Reich (1933- 1945) sua maior glória desportiva na liga alemã e tinha Hitler como um dos seus torcedores mais ilustres, procura atualmente se desvencilhar dessa imagem ligada ao nazismo.

Durante o período do governo nazista o clube alemão da cidade Gelsenkirchen venceu seis vezes a Bundesliga (1934, 1935,1937,1939,1940 e 1942), além da Copa da Alemanha de 1938.

 Os bons resultados dentro de campo não foram deixados de lado pelo ministro de propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, que tratou de usar o sucesso do Schalke 04 em suas propagandas nazistas.

Após a queda do Terceiro Reich em 1945, os “azuis reais” viram sua hegemonia desmoronar diante da ascensão do Borussia Dortmund. O último caneco vencido pelo Schalke 04, no pós-guerra foi em 1958.

A equipe de Gelsenkirchen foi fundada no dia 4 de maio de 1904 com o nome de Westfalia Schalke por trabalhadores braçais e mineiros germânicos. O nascimento deu-se no bojo da crescente exploração das minas por indústrias na região do Vale do Ruhr.

Para Gabriela Maria, aluna de relações internacionais da Universidade Católica de Santos (UniSantos), a influência da propaganda naquela época era de grande importância para se divulgar e propagar o que foi grande infortúnio de Goebbels, “Hitler e seu braço-direito Goebbels tinham o poder de influência muito grande quando o assunto era lavagem cerebral em seus seguidores” disse Gabriela, fanática dos auri-negros.

Já para o professor de história da USP, Izidoro Bilkstein, a influência da propaganda era tão grande que a ideologia do neonazismo resiste até hoje. “O filme o Triunfo da Vontade é a prova cabal de que as ideias propagadas por Hitler e Goebbels tiveram tanta influência que a disciplina Teoria da Comunicação nasce com raízes deste filme” relatou Bilkstein.

O clube atualmente tem o protagonismo ofuscado pelas potências, Bayern e Borussia que alternam vitórias nos campeonatos nacionais.

Texto: Roberto Mascaro
Foto: Reprodução

Os smartphones são o futuro da tecnologia?

A gradual substituição dos desktops por notebooks já não é novidade para ninguém. Hoje em dia, não somente as pessoas, por diversos motivos têm optado pela versão portátil dos computadores, mas também empresas, o que pode ser comprovado por uma pesquisa realizada pela Lenovo já em 2013, por exemplo.

Porém, o que tem chamado mais atenção é a constante atualização dos aparelhos eletrônicos. Já existem internautas, por exemplo, que preferem os smartphones em relação aos notebooks. É o caso da estudante Debora Ceres, de 17 anos.

Para ela, os smartphones têm vantagem no quesito praticidade. Segundo Debora, hoje em dia é possível fazer tudo pelos celulares. “Eu, por exemplo, não vejo mais vantagem nenhuma dos notebooks em relação aos smartphones. Uso o meu cerca de 5 horas por dia para escutar música, conversar com alguém, ver notícias”, complementa.

A estudante vê com bons olhos as constantes atualizações dos equipamentos eletrônicos e acredita em uma completa substituição dos notebooks pelos smartphones. “Evolução e mudanças são necessárias. Acredito que em cinco anos não precisemos mais dos notebooks. Talvez depois utilizemos relógios no lugar dos celulares, quem sabe?”, opina.

O professor de Tecnologia da Informação e também analista de sistemas Andre Seoane, por outro lado, não concorda com a completa substituição dos notebooks pelos smartphones. Segundo o professor, o uso de aplicativos profissionais impossibilitarão que isso de fato aconteça.

Seoane, no entanto, acredita em uma eventual substituição dos smartphones por aparelhos ainda mais avançados. “Talvez por um dispositivo de uso misto ou que se integre a uma tela e teclados maiores, como era o Motorola Atrix, porém com uma capacidade superior de processamento e armazenamento”, opina.

Em relação às constantes atualizações do mundo tecnológico, o professor é enfático. “Equipamentos possuem uma obsolescência programada, o que gera essa necessidade de atualização constante”, encerra.

Para algumas pessoas, os notebooks estão ficando de fato ultrapassados, até por ser mais fácil andar com os aparelhos celulares. Por outro lado, há quem prefira a tela maior e o conforto de trabalhar com os notebooks. O fato é que a tecnologia é surpreendente, e os próximos capítulos só saberemos com o passar dos anos.

Texto: Pedro Venchiarutti
Foto: Divulgação 

Delivery não é só pra comida! Aplicativos revolucionam mercado e viram multitarefas

Sem limitações, startups apostam em serviços ilimitados de entrega. A Glovo é uma delas

Não é de hoje que os serviços de delivery são populares no Brasil e em todo o mundo. No entanto, de uns tempos pra cá contamos com o surgimento de startups especializadas no ramo, como é o caso dos aplicativo Glovo.

Diferente do seu concorrente, o Uber Eats, que tem sua marca reconhecida por rivalizar com os taxis e que apostou na nova vertente há algum tempo, conseguiu se estabelecer no mercado de delivery e obter sucesso apenas agora. Já a Glovo, conta não só com a entrega de alimentos via aplicativo, mas também para outras utilidades, como por exemplo: uma compra no mercado, recolher documentos ou até compra de roupas.

Já conhecida na Europa, em países como Espanha e Itália, a Glovo começou suas operações no Brasil no inicio de 2018. Após uma joint venture com outra startup, a Cabify – essa especializada em mobilidade urbana, a Glovo ganhou corpo e força no mercado. Sua principal diferença, como já dita anteriormente, é a de ser multitarefas, ou como a própria startup de classifica, um “multidelivery on-demand”.

Responsável pelas operações do aplicativo em São Paulo e regiões adjacentes, o gerente da Glovo, Bruno Raposo, classifica esse crescimento de forma muito positiva: “O mercado de delivery no Brasil tem aumentado acima de 10% nos últimos anos e muitos empresários estão atentos a essa demanda. Assim, acreditamos que o país tem grande potencial para se tornar um dos nossos maiores mercados nos próximos anos.”, comentou o empresário que tem passagens por grandes nomes do mercado de serviços online, como as páginas Peixe Urbano e Locaweb.

Como funciona o aplicativo da Glovo?

Após o download do aplicativo e do o cadastro, o usuário escolhe uma gama de serviços entre sete categorias que oferecem de entregas de farmácias e supermercados até produtos de lanchonete e restaurantes. Além dessas sete categorias primarias, o O aplicativo ainda oferece a opção “o que quiser”, na qual o usuário escolhe o que quer receber e o app se encarrega de intermediar o pedido entre usuário e entregador.

Sabrina Morais, 20, estudante de Direito em Santos, descobriu o aplicativo em meados de abril desse ano. Desde então, tornou-se cliente ativa da startup; “Eu não conhecia e na verdade nunca tinha ouvido falar. Vi no Facebook um anúncio sobre descontos em torno de 40%, 50%. Baixei na hora! Achei meu restaurante favorito e desde então tenho pedido lá”, comenta a universitária.

Outro ponto que chama a atenção positivamente para o aplicativo é a facilidade de pagamento dos pedidos; “Imaginava que só aceitava cartão de crédito, mas não é assim. Pro cadastro precisa, mas depois consegui pagar em débito e em dinheiro também.”, esclarece Sabrina. Cada entrega possui uma taxa fixa de R$6,90 pelo serviço, mas em alguns casos, como em promoções, essa taxa não é cobrada do cliente.

O usuário também conta com uma opção de rastreamento. A partir do momento que efetua o pedido, consegue acompanhar em tempo real qual a localização do entregador, se ele já recolheu o pedido, se já saiu pra entrega e ainda manter contato via mensagem ou ligação com o mesmo.

Novo mercado e oportunidades de emprego

Com a demanda de pedidos em uma alta tão considerável, a Glovo abriu processo seletivo para novos entregadores para que assim pudesse disponibilizar seus serviços para tamanho contingente. Com isso, a abertura de novas vagas de trabalho foi inevitável. E além disso, muito benéfico para a região, só na Baixada Santista já foram realizados dois processos seletivos que resultaram em mais de 25 novos entregadores.

Semelhante aos aplicativos de mobilidade, o processo consiste em uma inscrição via online, que será analisada pela equipe do aplicativo junto das informações pessoais do candidato. Esse processo não é longo, em alguns casos, a resposta vem em apenas 24 horas.
Quem se interessar deve dispor de um meio de transporte como bicicleta ou moto, ter mais de 18 anos e possuir um smartphone.

Foi o caso de Douglas Acácio. Já no ramo de delivery há algum tempo, descobriu a nova oportunidade e resolveu arriscar; “Eu estava trabalhando em uma pizzaria e não estava muito satisfeito. Um colega me indicou e resolvi me inscrever, em dois dias já estava dentro da empresa e pronto pra trabalhar.”, explica.

Quanto aos ganhos, Acácio enfatiza que pode ser uma grande oportunidade, mas depende do entregador: “Na Glovo depende muito do volume e de quantas entregas eu faço. No meu segundo mês cheguei a ganhar R$3.000, mas estabeleci uma rotina de quase 8h por dia e sem fim de semana. Alguns amigos já chegaram na casa dos R$5.000 e eu também quero chegar lá!”.

Texto: Matheus Antunes
Foto: Divulgação 

Na luta: O jovem não tem medo do mercado de trabalho


Novos horizontes estão sendo traçados pelos jovens que acabam de sair do forno universitário. A perspectiva de crescimento e formação da carreira dentro de uma empresa ou no setor público está cada vez mais fora dos planos desses recém-formados.

A juventude entendeu que, para ter trabalho, a melhor alternativa é criá-lo, desenvolvendo o próprio negócio podendo, assim, inovar e gerar novas vagas. Isso resulta em movimentação econômica, refletindo diretamente na recuperação da economia do País como um todo.

A recém-formada em Produção e Multimídia pela Universidade Santa Cecília, Giovanna Napoli, está dentro dessa onda empreendedora. “A sensação de ‘o que devo fazer agora?’ quando a faculdade chegou ao fim e as dúvidas sobre se deveria partir direto para a procura de um emprego ou ir em busca de mais estudos, me assolaram durante esse período”, revela a jovem.

Ela aponta que, no ano passado, após o fim da faculdade, ela teve a ideia, juntamente com seu namorado, de dar vida a um estúdio multimídia online, onde pudesse oferecer serviços de design gráfico e audiovisual. Em abril de 2018 nascia o estúdio Alo.

Entretanto, outros fatores são fundamentais para o advento desses jovens empresários, que motivados pelo inconformismo com a realidade atual do mercado e a vontade de causar impacto na sociedade, buscam saídas para crescer por conta própria.

Como a psicóloga Bettina Vostoupal, que se formou em 2017, pela Universidade Federal de São Paulo e, apesar de ter trabalho durante quatro meses na área clínica, está há um mês “tocando” o próprio negócio. “Geralmente, psicólogos recém-formados optam por sublocar salas por hora, porém eu vi que não valia a pena pela quantidade de pessoas que me procuraram pra atendimento, então decidi abrir meu próprio consultório”, afirma.

De acordo com Bettina, muitas pessoas que se formaram com a dificuldade em conseguir um emprego na área, até mesmo ela, que relata ter enviado muitos currículos, mas, infelizmente, não passou em nenhum dos processos seletivos.

Isso demonstra que a juventude tem se mostrado mais determinada e persistente quando o assunto é futuro. Ir à luta não se tornou mais uma opção, na dúvida, “cria-se” uma saída, mas parado ninguém fica. As realidades são diferentes, mas o ideal é o mesmo: crescer como profissional, adquirir capacitação e poder otimizar o próprio negócio.

Texto: Mariana Patrícia
Foto: Divulgação

O jornalismo investigativo no século XXI

As dificuldades e facilidades no mundo do jornalismo policial

O jornalismo investigativo é a prática de reportagem especializada em desvendar mistérios e fatos ocultos do conhecimento público, especialmente em crimes e casos de corrupção que podem eventualmente virar notícia.

Esse tipo de jornalismo é destacado por divulgar informações sobre más condutas que afetam o interesse do público, reconstruir acontecimentos importantes, desmascarar fraudes, divulgar o que os poderes públicos querem ocultar e mostrar como funcionam esses órgãos. O jornalismo investigativo deve ser resultado do esforço dos repórteres, e não de informações vazadas para as redações dos jornais.

Atualmente, a tecnologia tem sido essencial para esse tipo de trabalho. A internet, por exemplo, é um meio prático para ter acesso às contas das instituições públicas. Para o jornalista investigativo Eduardo Veloso, a internet é uma ferramenta indispensável para o trabalho do jornalista por permitir a obtenção de informações rapidamente. No entanto, Veloso lembra que ele não pode ser o primeiro e nem o último recurso a ser utilizado durante uma investigação.

Com trinta anos de experiência na área do jornalismo policial, Veloso considera o tempo a sua maior dificuldade, porque a profissão exige completar o trabalho em prazos curtos e a rotina nas redações é sempre uma corrida contra o relógio. Sobre o jornalismo investigativo no século XXI, Veloso considera que, apesar das facilidades proporcionadas pela internet, “hoje vivemos um período de imediatismo da notícia, ou seja, o tempo passa e a noticia acaba ficando para trás”, conclui Eduardo.

Segundo o jornalista, o jornalismo investigativo é como uma receita de bolo, é preciso ter alguém especializado nessa área de cobertura, porque o jornalismo investigativo está em todas as áreas, especialmente política e economia. Por isso, o jornalista defende a especialização na profissão: “O jornalista precisa ter um domínio amplo de assuntos, mas deve haver uma especialização em determinada área”, finaliza Veloso.

Texto: Larissa Arruda
Foto: Divulgação 

Rádio é mídia de comunicação do passado, presente e futuro jornalístico


Aquela imagem do radinho de pilha ao lado da dona de casa, enquanto ela faz o almoço, embora antiga, ainda se mantém. A descrição do jornalista Agostinho Teixeira sobre a experiência dos milhões de ouvintes que acompanham diariamente o trabalho dele na Rádio Bandeirantes existe. Vêm de um passado em que era muito mais frequente e caminha para um futuro certo. “O pequeno rádio de pilha deu lugar ao aplicativo no celular, mas a emissora preferida continua sempre perto do ouvinte em casa, no carro e no trabalho”, diz.

Agostinho é repórter de rádio desde que entrou na profissão. Só na Rádio Bandeirantes atua desde 1996.  Isso deve ser considerado quando se fala do amor dele por esta mídia de comunicação. Mas, se fizermos viagem ao passado, presente e ao futuro da profissão de jornalista, quem merece reconhecimento pela atuação realmente são os radialistas.

Em um período de incertezas no jornalismo, em que são debatidos modelos de negócio, estilos de escrita e com profissionais sendo demitidos em massa, o rádio segue como maior exemplo de mídia que se reinventou. Permanece no mercado, tem público fiel e, com a convergência midiática, tornou-se o meio de comunicação mais abrangente e preferido dos brasileiros, segundo o levantamento feito pelo Instituto Ibope Media este ano.

A pesquisa indica que, diariamente, 52 milhões de cidadãos são atingidos pelo veículo, que sofre desde meados da década de 1950 com críticas negativas após a aparição da televisão e atualmente pela Internet. Nesse sentido, Teixeira vê que o surgimento da Internet é simular ao aparecimento da televisão: ambas vieram para somar e não para anular a antecessora.

Com a possibilidade de registro em fotos e vídeos que os smartphones proporcionaram aos usuários de redes sociais, a necessidade da atuação jornalística tem sido por vezes questionada. Porém, segundo Teixeira, a atuação do profissional ainda é fundamental, principalmente em tempos de fake news.

 “Existe muita informação importante circulando todos os dias pelas redes sociais. No entanto, o que é divulgado pelo Facebook ou WhatsApp não é jornalismo. O jornalista bem preparado, isento e levando em conta o interesse social, é quem está capacitado para fazer com que um dado, postado numa rede social, ganhe dimensão de ‘informação jornalística’ e aí provoque as consequências que tem que provocar”, defende.

Na visão de Teixeira, atualmente a população brasileira leva muito mais em conta o que vê nas redes sociais que os conteúdos gerados pelos veículos tradicionais de comunicação. Por isso, acredita que a imprensa brasileira precisa se reinventar na forma e no conteúdo, para ficar “mais atraente” e então tratar de assuntos que realmente interessem ao cidadão comum. “O jornalismo precisa urgentemente reconquistar o espaço que perdeu”, afirma.

Por isso, mesmo sendo um dos meios de comunicação mais antigos, o rádio mantém uma relação próxima com a essência do jornalismo. Agostinho exemplifica isso com a ameaça de desmoronamento do viaduto na Marginal Pinheiros. “O radiojornalismo continua privilegiando questões que são mais locais, que envolvem particularmente os assuntos da cidade e que, portanto, mexem diretamente com a vida do cidadão. Nessas horas, o rádio ressurge com toda a sua força e é possível medir isso claramente nos números da audiência diária das grandes emissoras”, afirma.

Henrique Guedes é estudante de jornalismo e trabalha como locutor esportivo na Rádio Esporte Clube. A vontade em atuar no mercado surgiu na época em que era ouvinte de futebol. Agora que faz parte do meio, percebe que o mídia está sendo inserida na Internet de forma eficiente. “O rádio acolheu a tecnologia e usou a seu favor sem precisar mudar sua linguagem ou estrutura. Se houve mudança, ela foi mínima e para melhor”, diz.

Em 2019, Guedes passa da condição de aluno para a de profissional. A vontade que tem é a de atuar com esporte, independentemente da mídia que ofereça oportunidade. Para Teixeira, o sentimento do jovem estudante que se forma hoje numa faculdade de Jornalismo continua o mesmo que o dele, formado há 30 anos. Vê com bons olhos a vontade que motiva os jovens jornalistas a fazerem a diferença na sociedade.

“O dia-a-dia na redação acaba mostrando que as coisas são bem mais difíceis na prática, mas feliz do jornalista que mesmo diante dos obstáculos e depois de anos de carreira, conseguem ainda manter o mesmo empenho e vigor”, declara Agostinho.

Mesmo com tantas mudanças na profissão, Teixeira ainda a recomenda a estudantes que estão em busca de uma carreira. A dica que dá, entretanto, é que o jornalista precisa diariamente mostrar os velhos assuntos tratando-os de forma diferente, inusitada e atraente, sem descuidar da precisão do fato. “Conquista espaço no mercado aquele que consegue fazer o que todo mundo faz de um jeito diferente, ou então quem consegue descobrir algo que ninguém sabia. Dá muito mais trabalho e exige empenho redobrado, mas vale muito à pena”, afirma.

Texto: Isabella Chiaradia
Foto: Divulgação 

Os novos nichos de mercado no Jornalismo


Com a evolução da tecnologia, o jornalismo se expandiu além dos jornais impressos e as revistas. O meio digital cresceu e segue em expansão. Além disso, o espírito empreendedor pode levar o jornalista a trabalhar em algo próprio ou em uma área que fuja do jornalismo diário e tradicional. Nem sempre uma pessoa se encaixa para trabalhar em jornais, rádios ou TV. Um nicho que está crescendo e ganhando espaço na mídia, por exemplo, são os podcasts. Também está em ascensão o número de jornalistas que atuam como criadores de conteúdo e comunicadores nas redes sociais.

A falta de vaga no mercado de trabalho traz a criatividade dos jornalistas à tona. Além disso, as marcas aproveitam a experiência e o alcance dos comunicadores para realizar trabalho de influencers digitais.

Mariana Rio formou-se em 2012, na Unisanta e trabalhou em diversas áreas do jornalismo. Contando entre estágio e emprego, por mais de sete anos atuou como repórter e apresentadora na Santa Cecília TV e no Santa Portal. Depois foi apresentadora do programa Ponto de Encontro na Band e ainda apresentou por três anos consecutivos o programete da Copa CNA. Pode exercer seu trabalho ainda em duas campanhas políticas e fazer a produção e editoria de moda em revistas.

“Escolhi jornalismo porque sempre gostei muito de me comunicar. Então eu já queria TV também e ao mesmo tempo era muito ligada em moda, entretenimento, cultura. Sempre gostei desses assuntos”, conta.

Ela chegou a pensar em fazer faculdade de moda ou algum curso de outras áreas que aprecia, mas achou que não conseguiria expandir para outros campos enquanto o jornalismo tem várias possibilidades. “Sou uma pessoa muito dinâmica, não gosto de monotonia. Gosto de contar histórias, de passar informações para os outros, então, escolhi jornalismo”.

Hoje Mariana possui seu próprio programa. É uma web TV de entretenimento chamada Tudo Novo de Novo. O canal surgiu da vontade de contar histórias que fizessem as pessoas refletir sobre a vida delas. “Meu objetivo sempre foi contar casos de recomeço e geralmente as pessoas têm muito medo de alterar drasticamente sua rotina”. Foi daí que surgiu o nome, era uma hashtag que Mari usava em todas as suas fotos.

Novos nichos e desafios

Mari brinca que não foi ela que escolheu o entretenimento, que foi ele que a escolheu. Por ser uma pessoa agitada, sempre gostou de estar com pessoas, em baladas, festas, cinema, teatro. Sempre gostou de prestigiar novos barzinhos que estavam abrindo. Por causa disso, muita gente passou a conhecê-la e ela decidiu compartilhar dicas de lugares e eventos no seu perfil pessoal.

“Sempre fez parte de mim, então foi algo que escolhi”. Ela deseja que as pessoas que entrem no canal a conheçam como a Mariana jornalista, a Mariana profissional. Hoje, ela edita os próprios vídeos, faz a produção, monta as pautas, é repórter, apresentadora e ainda divulga seu programa. “O jornalismo me fez ser uma profissional completa. Quando as pessoas perguntam se sou blogueira, falo que não, que sou comunicadora”.

Com a liberdade da internet, muitas vezes surge conflito entre digital influencers, blogueiras, criadoras de conteúdo e comunicadoras. Mas a jornalista está segura de sua profissão e do nicho que escolheu trabalhar. Agora, dona do seu próprio programa, através das redes sociais e do canal do youtube, ela se sente realizada porque sabe que adquiriu mais responsabilidade e aprendizado para a vida.

Texto: Isabela Ribeiro
Foto: Reprodução/Instagram

A hora e a vez dos orgânicos


Você com certeza já ouviu alguém comentar sobre culinária orgânica, mas talvez não saiba exatamente o que é e de onde vem a nova tendência?  Alimentos orgânicos são o resultado do cultivo de frutas, verduras e hortaliças livres de agrotóxicos, e outros defensivos, e sem modificações genéticas. Ovos, carnes, óleos e vinhos também podem ser produzidos organicamente. A diferença nas carnes e ovos é que os animais são criados livre de antibióticos, anabolizantes e hormônios. O que parecia ser apenas um modismo já está fazendo a diferença na vida de milhares de mães brasileiras que estão trocando as sopinhas caseiras pelas papinhas feitas com ingredientes 100% orgânicos. As porções vêm em embalagens descartáveis e as receitas levam somente ingredientes de procedência comprovada. O melhor: a mãe pode optar por receber em casa o almoço do filho, ainda fresquinho.

 “É na infância que escrevemos essa etapa da criança, formando o habito alimentar. Iniciar com orgânico é a melhor forma, pois nós sabemos que os agrotóxicos são a principal causa de câncer”, justifica a nutricionista Tatiana Marinho, dona de uma loja do “Empório da Papinha”, que tem duas lojas na Baixada Santista, localizadas na Rua Dr.Luís Suplicy, 83 – Gonzaga, Santos e Avenida dos Caiçaras, 1085 loja 02 - Jardim Las Palmas, Guarujá. “As linhas são porções de frutinhas, sopas, risotos, massas, sobremesas, escondidinhos e refeições combinadas, identificadas por apelidos como a Dudu (papinha de maça e goiaba), Léo (sopinha de carne bovina, cenoura, batata e agrião), Cris (risoto de frango com legumes) e Lili (peixe com legumes, arroz integral e purê de mandioquinha)”, exemplifica.

O benefício de ter uma comidinha natural e pronta, no entanto, é salgado. Uma refeição com prato principal e sobremesa chega a custar 40 reais. Não é para todo mundo. “Eu fazia papinha para o meu filho e não usava alimentos orgânicos. Sei que é melhor e mais saudável, mas ou era mais caro, ou eu não encontrava para comprar nos mercados que eu frequentava. Em feira, o preço era até mais acessível, mas nem sempre eu tinha tempo de ir", disse Verônica Benício, 22 anos, mãe de Lorenzo de um ano e meio.

Outras mães, acreditam que a alimentação tradicional não é prejudicial para seus filhos. É o caso de Lídia Duarte Ramos, 37 anos, que não vê nos alimentos orgânicos uma espécie de nova regra para a alimentação saudável.

“Meu filho come de tudo, assim como todos em casa. Nunca me preocupei com isso. O importante é ele comer bem e de tudo. Ele tem seis anos e é um menino extremamente saudável e forte. Então não vejo motivos para se mudar. Se fosse necessário, o pediatra dele aconselharia”.


Apesar de algumas posições contrárias, a indústria da culinária orgânica consolidou-se ainda mais por que as pessoas estão preocupadas em manter uma vida mais saudável. Para quem busca uma alimentação regrada e quer aliviar o organismo do acúmulo de toxinas que acumula ao longo da vida, devido ao consumo de produtos artificiais, corantes, conservantes e aromatizantes, a culinária orgânica vem como uma das soluções.

Texto e foto: Henrique Guedes

Engenheiro cria jogo que estimula o pensamento crítico e ações gerenciais


Além de divertir, os jogos (eletrônicos ou não) já provaram ser uma ótima ferramenta de aprendizado. Jogos como Minecraft estimula a criatividade e Banco Imobiliário pode ser aplicado para trabalhar o lado empreendedor, por exemplo. Foi pensando nisso que o engenheiro de produção Filipe Carvalho criou Kanban S.A.

            O jogo, que começou como um projeto de TCC, é um método de ensino direcionado à gestão de produtos. Ele utiliza elementos comuns em outros jogos, como tabuleiro, dados, peões e cartas. Nele, os jogadores precisam gerenciar sua própria indústria, administrando sua matéria-prima e a venda do seu produto. O objetivo é dobrar o capital inicial, criando novos produtos a partir dos recursos adquiridos ao longo do jogo e vendendo no mercado. “Me inspirei muito em jogos como Banco Imobiliário. Eu queria criar algo que as pessoas estão acostumadas e tornar fácil de aprender. Tem elementos diferentes que tornam ele mais dinâmico, o que o diferencia”, explica o engenheiro.

            Segundo Filipe, os jogadores precisam desenvolver estratégias, praticar ações gerenciais e trabalhar a tomada de decisões, além de precisar contar com a sorte, como um bom jogo de tabuleiro.

Processo de criação

Formado em engenharia de produção pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, Filipe conta que o projeto surgiu ainda cedo na faculdade. “Eu jogava muitos jogos de tabuleiro com meus amigos e queria unir de alguma forma as minhas duas paixões e criar algo com relevância”, explica.

            Embora tenha feito o trabalho individualmente, a criação do jogo contou com diversas pessoas atuando diretamente. “Desde a minha namorada que testou o jogo até o pessoal de design que ajudou a criar o tabuleiro”, afirma. Depois de pronto, o Kanban S.A foi testado em três turmas de engenharia de produção e de administração. “O feedback foi ótimo. Todos se sentiram motivados a aprender mais sobre o tema. Além disso, foi minha porta de entrada para o mercado de trabalho”, conta o engenheiro, que hoje trabalha na empresa que patrocinou o projeto, a Soluce.

Versão digital

            Hoje, o jogo está disponível apenas na versão física. Portanto, quem tiver o interesse em conhecer o projeto precisa ir até Belo Horizonte (MG) para participar. Pensando em tornar o projeto mais acessível a quem é de fora, Filipe já cogita uma versão digital do jogo. “Pretendo fazer parcerias e entrar no meio digital, sim. Estou trabalhando em outros jogos neste estilo, que estimulem a inovação, o empreendedorismo e a indústria 4.0”, explica. Além disso, ele cita os benefícios trazidos pela união entre diversão e aprendizado. “Acho que ajuda a engajar os alunos para temas que eles têm uma certa resistência. Vejo o jogo como uma ferramenta para conquistar os objetivos”, conclui.

Jogos como aprendizado

            A ideia de utilizar os jogos para ensinar vem se tornando cada vez mais recorrente. Caio Araújo, estudante do sexto semestre de Sistemas da Informação, acredita ser um passo importante para aumentar o interesse dos jovens pelos estudos. “Mostra que estão mudando a forma como enxergam os jogos. Deixou de ser apenas um instrumento de diversão e estão vendo nele novas possibilidades”, opina.

Texto: Diego Kassai
Foto: Divulgação 

Jogando com Alegria gera incentivo por meio do futebol


O projeto investe na paixão nacional que é o futebol para tirar crianças do mau caminho

O papo inicial leva para uma longa conversa, mas logo em seguida o início de um treinamento muito especial: é assim que o construtor civil Gladston Santos Meneses, 41, desenvolve o projeto de futebol “Jogando com Alegria” voltado a crianças e adolescentes do bairro Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá.

O projeto existe há quatro anos e atende gratuitamente cerca de 150 jovens carentes. Gladston viu a oportunidade de arrancar sorrisos e, principalmente, tirar os jovens das ruas a partir de sua paixão pelo futebol. O construtor civil reuniu amigos e vizinhos para ajudarem a bancar a aquisição de material esportivo e outras despesas da escolinha. A receptividade foi imediata. “Logo na primeira semana já percebemos que seria um grande sucesso no bairro por conta da procura de famílias me ligando.”

A idade dos jogadores varia entre 6 e 18 anos, divididos por categorias, e o treino tem duas horas de duração em turmas da manhã e tarde. Gladston vê com bons olhos atrair tantas pessoas para os treinamentos. “Gosto de ver essa ‘molecada’ jogando e treinando”. Mesmo  quando há um número menor de alunos isso não o desanima. “Um treino com 50, 60 crianças já é o suficiente para eu me animar e dar continuidade no projeto”, comenta Gladston.

O ex-goleiro Vinícius Moura, 27, que tem passagens por equipes de Portugal, é um dos conselheiros do projeto e ressalta a transformação ocorrida entre os jovens que participam da escolinha. “Eles têm mudado os hábitos, o modo de agir. Também fazem a diferença dentro do projeto e no bairro que residem.” Mas nem tudo é positivo no “Jogando com Alegria”. O conselheiro admite que há necessidade de material, mas nem sempre as parcerias existentes são suficientes.

Por isso, Moura frisa a importância de a comunidade contribuir com o projeto com doação de material esportivo ou qualquer outra colaboração. Os interessados podem entrar em contato pelo e.mail: gladstonmeneses@hotmail.com.

Texto: Daniel Faria
Foto: Divulgação 

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